sábado, 5 de julho de 2008

COORDENADORA SEBERIENSE COMEMORA SUCESSO DO PROGRAMA UAB


Ana Lucia Rodrigues Guterra, Coordenadora do Pólo de Apoio Presencial concedeu entrevista na última semana destacando o sucesso da Universidade Aberta do Brasil, programa de educação a distância implantado pelo Ministério da Educação. Em uma sala do terceiro andar do Instituto Madre Tereza, de onde coordena pessoalmente todas as ações do pólo que já conta com cinco cursos universitários implantados pela Universidade Federal de Pelotas e pela Universidade Federal de Santa Catarina, Ana mostra-se segura e aposta no sucesso do programa como uma iniciativa que veio para ficar e que poderá transformar a realidade educacional no país. Aproximando-se do final do primeiro semestre de atividades letivas a coordenadora falou de diversos assuntos como a relação entre pólos, universidades e MEC, envolvimento comunitário, formação continuada dos envolvidos no processo, ações de extensão, responsabilidade social e futuro do EAD. A oferta de ensino público, gratuito e de qualidade é ressaltada como o grande objetivo buscado pela instituição.

Como você avalia o envolvimento do MEC no suporte ao sistema UAB?

O Ministério mantém uma relação de proximidade muito atuante junto aos pólos. No sistema Universidade Aberta em janeiro de 2007 o MEC realizou o I Seminário Nacional de Coordenadores de Pólos de Apoio Presencial em Brasília com a presença do Ministro de Educação Fernando Haddad, como primeira grande capacitação. Constantemente são solicitados aos pólos relatórios de acompanhamento onde é informado a situação das atividades pedagógicas, infra-estrutura, experiências e andamento geral sobre os cursos. Nos dias 11 e 12 de junho deste ano o MEC realizou em Porto Alegre o I Encontro Regional de Coordenadores do Sistema Universidade Aberta do Brasil- Região Sul onde foram reunidos junto aos coordenadores de pólo, os coordenadores de cursos das Instituições Federais e a equipe UAB/CAPES/MEC/SEED para discutir e deliberar sobre questões relativas a implantação e implementação de cursos e pólos no sistema UAB. Então o acompanhamento dado tem sido de proximidade e cuidado o que valida a educação a distância de qualidade.

Os coordenadores de Pólo estão participando ativamente da construção do sistema?

Sim. Constantemente as universidades e o Ministério da Educação têm capacitado as coordenadoras chamando-as a participar ativamente da implementação do sistema. Neste ano participei de quatro capacitações proporcionadas pela UFPEL, UFSC e MEC. Tanto o ministério quanto as federais têm solicitado participação para o bom andamento do processo. Todas também têm acesso ao ambiente virtual ATUAB, que é um ambiente virtual de trabalho onde as coordenadoras interagem, se comunicam constantemente com todo Brasil mediados pelo apoio do Ministério da Educação/CAPES.

Você percebe a formação de uma identidade institucional em nível de país ou ainda prevalecem às particularidades regionais?

Há uma formação de identidade institucional respeitando as realidades locais. O Brasil é um país de enormes dimensões e diversificado culturalmente, neste sentido vemos o respeito na identidade da UAB como universidade que proporcionará ensino superior público bem como sua interiorização. Em termos de Rio Grande do Sul tivemos em abril uma capacitação de coordenadoras de pólo organizadas por todas as federais do estado: UFPEL, FURG, UFSM, CEFET-RS e UFRGS. Esta união em torno do sistema Universidade Aberta resultará em um portal UAB/RS que será implementado em breve e divulgado para que seja utilizado por toda a comunidade universitária e público interessado.

Que tipo de apoio o Pólo está recebendo das universidades parceiras?

Podemos citar as freqüentes visitas presenciais no pólo, por exemplo, no dia 09 de junho recebemos a visita de quatro professoras do Curso de Pedagogia da Universidade Federal de Pelotas as professoras Cátia Vasconcelos, Margarida Motta, Kelin Vargas e Liliam Lorenzato, no dia 16 de junho recebemos a visita do professor Dr. Roberto Meurer para ministrar aulas para o curso de Ciências Econômicas, no dia 17 de junho recebemos a visita do professor Dr. Marcos Dalmau para palestra sobre o perfil do aluno a distância para todos os alunos do pólo de Seberi. Enfim, presenças importantes que fortalecem laços e que garantem a qualidade do ensino. As atividades são orientadas diretamente a partir dos centros de EAD das duas universidades link e os contatos via ambiente de interação virtual são constantes. Nos sentimos inseridos em um contexto novo, como participantes ativos convidados a todo momento a contribuir ou a receber contribuições para que este seja implementado da melhor forma e possam os alunos tirar o melhor proveito e as comunidades abrangidas a maior relevância social possível.

O suporte aos alunos está se dando de que forma? Em que plataformas são oferecidos materiais de apoio?

As atividades não são vinculadas exclusivamente na plataforma digital. Utiliza-se é claro todo o benefício dos mais modernos mecanismos de informação e comunicação, como videoconferências e vídeoaulas, mas não se abdica de material impresso e suporte pessoal tanto por parte das tutorias como pela presença dos próprios professores em momentos estratégicos. A Universidade Federal de Santa Catarina fornece aos alunos apostilas impressa, videoconferências, videoaula e o Ambiente Virtual de Ensino-Aprendizagem (AVEA) que pode ser entendido como “uma sala de aula” virtual. O sistema que é utilizado é o Moodle que integra diversas ferramentas de comunicação digital organizadas em uma proposta pedagógica. As avaliações são encaminhadas ao pólo pelas universidades feitas todas num momento presencial. A Universidade Federal de Pelotas encaminha apostilas, livros e webconferências e o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). As provas são presenciais e as correções são feitas em Florianópolis ou em Pelotas pelos professores das disciplinas. Importante também é falarmos da biblioteca que está se estruturando no pólo, até o mês de setembro ela receberá neste primeiro momento de 400 a 600 livros referentes aos cursos de graduação que possuímos, é um ambiente muito valorizado pelo sistema e parafraseando Jorge Luis Borges, a biblioteca deve ser uma idéia de paraíso.

O Pólo já está desenvolvendo atividades de extensão na comunidade?

Os cursos já estão na medida do possível interagindo com a comunidade participando de atividades de uma maneira geral. Tanto a UFSC quanto a UFPel incentivam o envolvimento comunitário e valorizam as atividades de pesquisa e extensão. Acreditamos que o maior sentido de existir uma universidade pública em uma localidade é a oferta de retorno comunitário, social e científico à comunidade que viabiliza essa instituição. Procuramos ainda dentro do possível interagir com outras instituições que se mostram parceiras, como a Secretaria Municipal de Educação, Programa A União Faz a Vida e Cesnors. Um bom exemplo é a participação de alunos e tutores do nosso pólo em um projeto de pesquisa que foi desenvolvido por um aluno e uma professora do Cesnors e está concorrendo ao Prêmio Jovem Cientista, distinção de escala nacional.

É correto afirmar que o nível de exigência dos alunos se dá na mesma forma entre os cursos presenciais e a distância mantida pela UFPEL e UFSC?

Embora sejam sistemas distintos e projetados pedagogicamente de acordo com suas possibilidades e potencialidades, podemos afirmar que o conteúdo que um aluno presencial recebe em Florianópolis ou em Pelotas é o mesmo que qualquer um dos nossos alunos está recebendo em Seberi. O que já estamos constatando é que em determinados momentos a exigência apresentada aos alunos do EAD são ainda mais marcantes do que ao de seus colegas que estão no sistema normal. As pessoas que optam pela EAD, muitos erroneamente pensaram que fosse “mais fácil” do que um curso presencial. O aluno precisa assumir a sua aprendizagem, o curso exige um perfil de um indivíduo com objetivo, organizado, disciplinado, comprometido com o seu crescimento pessoal e intelectual ao longo de sua jornada acadêmica. As disciplinas são as mesmas, a carga horária é a mesma, o diploma é o mesmo, o que difere são as plataformas.

Quais as perspectivas para o EaD no Brasil? O sistema UAB veio para ficar?

É um caminho irreversível que veio para ficar e sabemos que não é uma novidade. É uma modalidade de ensino-aprendizagem que se insere, há muito tempo, nas mais diferentes culturas. Há inúmeras experiências internacionais que comprovam o sucesso do EAD e a relevância social do único sistema capaz de vencer todos os empecilhos sociais e interiorizar o ensino superior proporcionando acesso e viabilidade sócio-econômica para que qualquer cidadão ou cidadã que tenha interessa possa exercer o direito de introduzir-se em um curso de formação universitária. O sistema UAB é baseado em experiências de sucesso alcançadas tanto em países desenvolvidos como os EUA e União Européia, quanto em países em desenvolvimento que se utilizaram do enorme potencial do EAD para transformar positivamente sua realidade local, como Índia e África do Sul. No caso a Opem University, da Inglaterra, fundada em 1969, conta hoje com aproximadamente 250 mil alunos, representando a maior universidade da Europa, conta com 4,5 mil funcionários, 8 mil tutores e 13 centros regionais, obtendo índice de satisfação por parte de seu corpo discente na casa de 90%.

Qual a relevância social da criação de um pólo de EaD que apresenta proposta de gratuidade e qualidade em uma região como a nossa?

Vejo como de extrema importância do ponto de vista social hoje, a questão econômica é um problema para o acesso ao ensino superior. Um pólo federal oferece a possibilidade de formação gratuita e assegura a qualidade do ensino e o incentivo à pesquisa e extensão. É bom lembrar que a UAB é um programa dentro da CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior- que assegura a qualidade de ensino. Também está havendo a difusão do uso da informática, a formação de um centro de referência tecnológica e já podemos destacar que percebemos na comunidade um despertar no sentido de buscar a inclusão digital. Paralelamente, hoje a comunidade também percebe o bom nível de ensino público, derrubando velhos preconceitos que questionavam a qualidade e a viabilidade do EAD. Outro ponto a ser destacado é o compartilhar de conhecimentos, especialmente através da interação com profissionais das federais, que apresentam formação profissional de excelência, contando com a totalidade de professores mestres, doutores ou ainda pós-doutores.

Vale a pena apostar no EaD?

Com certeza. A tecnologia está presente todos os dias em nossa vida e ela transforma-se, aprimora-se quase que de minuto em minuto, a educação a distância é dinâmica e inovadora. O mundo precisa de mudanças positivas e esse “mudar positivamente” precisa começar por tudo aquilo que está próximo de cada um de nós. Mudar a realidade a nossa volta é algo possível e necessário e a educação é o melhor caminho para que isso se concretize. O Governo Federal ousou em implantar esse sistema e nos sentimos lisonjeados por estarmos participando como agentes de sua implementação. Apostar em ensino público, gratuito e de qualidade vale a pena.

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